Alto funcionário da ONU pede liberação da imprensa internacional em Gaza


O comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, Philippe Lazzarini, pediu que a imprensa internacional seja autorizada a entrar em Gaza.

Os veículos de comunicação foram proibidos por Israel de atuar no local desde o início da guerra, desencadeada pelos ataques do Hamas no sul do território israelense em outubro de 2023.

Fotos do acampamento de Jabalia tiradas em 21 de março de 2025

Fotos do acampamento de Jabalia tiradas em 21 de março de 2025

Propaganda, desinformação e desumanização

Em declaração nesta quinta-feira, Lazzarini disse que essa proibição “alimenta propaganda, desinformação e disseminação da desumanização”.

Ele adicionou que “os jornalistas palestinos continuam realizando um trabalho heroico e pagando um alto preço”, muitas vezes com a própria vida.

O chefe da Unrwa alertou que “relatos e testemunhos confiáveis ​​de organizações de ajuda humanitária no local estão sendo desacreditados e questionados”.

Lazzarini lembrou que o livre fluxo de informações e relatórios independentes são essenciais para a responsabilização durante conflitos e afirmou que “Gaza não deve ser uma exceção”.

Jornalistas como alvo de assassinatos, censura e prisões

O chefe do Escritório de Direitos Humanos da ONU nos Territórios Palestinos, Ajith Sunghay, afirmou que muitos jornalistas atuando em Gaza foram alvo de assassinatos, censura e prisões. 

De acordo com dados da agência, 209 profissionais de mídia palestinos foram mortos entre 7 de outubro de 2023 e 11 de abril deste ano. Pelo menos 27 eram mulheres.

Sunghay ressaltou que o assassinato intencional de jornalistas é um crime de guerra.

Além disso, escritórios e instalações de diversos meios de comunicação foram completamente destruídos.

A situação na Cisjordânia também é considerada crítica, com relatos de repórteres presos e sendo alvo de ameaças por autoridades israelenses e palestinas, inclusive de violência sexual contra jornalistas mulheres.

Pacientes aguardam atendimento médico no centro de saúde da Unrwa em Maan, no sul de Gaza.

Pacientes aguardam atendimento médico no centro de saúde da Unrwa em Maan, no sul de Gaza.

Centro de saúde e poço de água recuperados pela ONU

Desde que os bombardeios israelenses em Gaza foram retomados em 18 de março, cerca de 500 mil pessoas foram deslocadas.

Agências da ONU relatam que a entrega de ajuda continua sendo impactada pelas negativas israelenses. Nesta quarta-feira, apenas duas das seis missões coordenadas com as autoridades foram autorizadas a prosseguir.

Em meio aos bombardeios, manobras militares e ordens de evacuação em andamento, equipes de ajuda humanitária da ONU conseguiram reabrir um centro de saúde, que já recebeu 1,3 mil pacientes no sul de Gaza.

Também foram relatados reparos bem-sucedidos em um poço de água que atende cerca de 20 mil deslocados no campo de Jabalia e outros abrigados em sete unidades da Unrwa na região.



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