O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro LuĂs Roberto Barroso, negou pedido de prorrogação do prazo para municĂpios aderirem acordo de reparação dos danos causados pelo rompimento da Barragem do FundĂŁo, em Mariana (MG), ocorrido em 2015. Com a decisĂŁo, o prazo será encerrado nesta quinta-feira (6).
Em decisĂŁo proferida nessa quarta-feira (5), Barroso disse que o pedido da Associação Mineira de MunicĂpios para ampliar o prazo por 180 dias já foi rejeitado pelo plenário da Corte. AlĂ©m disso, o ministro afirmou que a alteração precisaria de consenso entre as partes envolvidas no acordo.
“Vale relembrar que o acordo de repactuação homologado por esta Corte preserva o direito de ação dos entes federativos municipais. Segundo registrei na decisão de homologação, o ajuste apenas produzirá efeitos sobre ações judiciais ajuizadas se os titulares dos direitos aderirem voluntariamente às suas cláusulas”, justificou Barroso.
Em novembro do ano passado, o Supremo homologou um acordo de reparação dos danos causados pelo rompimento da Barragem do Fundão. O acordo prevê o montante de R$ 170 bilhões para ações de reparação e compensação pelo desastre ambiental.
De acordo com a Associação Mineira de MunicĂpios, a extensĂŁo do prazo de adesĂŁo Ă© necessária para que prefeitos que estĂŁo em inĂcio de mandato possam tomar conhecimento do acordo.
Para a associação, o acordo transfere a responsabilidade pela recuperação aos municĂpios. “Nossa preocupação Ă© que, ao aderirem sem pleno entendimento, as prefeituras acabem assumindo encargos que deveriam ser das empresas responsáveis pelo desastre”, diz a entidade.
>> Nova ação contra Samarco, Vale e BHP Ă© ajuizada por 21 municĂpios
Indenização
Ontem, foi retomado pela Justiça do Reino Unido o julgamento sobre a responsabilização da mineradora angloaustraliana BHP em relação ao rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG). A Samarco é uma joint venture da brasileira Vale com a subsidiária da BHP no Brasil.
A ação foi impetrada pelo escritĂłrio de advocacia Pogust Goodhead (PG), que representa 620 mil pessoas, 1.500 empresas e 37 municĂpios atingidos pela tragĂ©dia.
O escritĂłrio estima que os valores a serem pagos Ă s vĂtimas do rompimento girem em torno de R$ 230 bilhões.
Honorários
Nessa quarta-feira, o ministro Flávio Dino reiterou que os recursos que serĂŁo recebidos pelo acordo de reparação dos danos causados pelo rompimento da Barragem do FundĂŁo pertencem aos municĂpios afetados.
A decisĂŁo de Dino reitera que os recursos da indenização sĂł podem custear taxas, encargos, descontos e, principalmente, honorários advocatĂcios, com autorização do Supremo.
Em outubro do ano passado, Flávio Dino proibiu que mais de 40 municĂpios paguem por honorários advocatĂcios pelas ações que tramitam fora do paĂs.
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